quarta-feira, 21 de março de 2012

Os quadros da sala de aula

          
          Por regra, todas as salas de aula têm um quadro. Aqueles quadros verdes, cor amarga, nos quais se escreve com giz. Aqueles quadros que todos os professores adoram, ou adoravam. Agora também há aqueles brancos…
           Não percebo porque não gostam dos quadros verdes antigos, até porque não se partiam, rachavam, e muito menos faziam aquele barulho irritante para toda a gente. Pensaram pois muito bem em pôr aqueles quadros brancos que se mexem com uma caneta. Para mim, foi uma excelente ideia, até porque é tão fácil e todos os professores sabem trabalhar com eles.
          Uma coisa que eu gostava nos quadros antigos era que, para começar a dar a aula, o professor só tinha de fechar as janelas, puxar as cortinas e acender a luz para que todos pudessem ver; mas não, decidiram trocar essa curta espera por uma espera muito, mas muito maior: ligar o computador, ir à Internet para mostrar a página do livro e esperar que a caneta carregue; depois é só mudar a cor da caneta e tentar pôr a borracha. Onde é que já se viu?!
         Os alunos odeiam os quadros brancos porque se perde muito tempo de aula. Reparem bem na deceção da cara de um aluno quando vê que o computador não funciona ou que a caneta não escreve. Eu sou contra isso, os alunos a esforçarem-se arduamente para chegar a horas à sala, para depois estarem à espera do quadro?!
          Eu resolvia o assunto! Não era cá com quadros brancos ou verdes, eu dispunha os alunos por clube de futebol. Os benfiquistas ficavam com um quadro vermelho, os portistas com quadros azuis e assim sucessivamente… Eu, só não gastava dinheiro em quadros do Sporting, eles que mudassem para o Marítimo que já se arranjava qualquer coisa.
         Todos ficariam contentes: enquanto os alunos estavam à espera, debatiam o jogo da noite passada e os professores concordavam.
          Para mim, este era o sistema mais correto. As aulas seriam dadas com maior motivação. Estes quadros, cobertos de plástico para não fazerem barulho e de aço, para não se partirem, seriam a nossa salvação! Não era cá quadros verdes e brancos…

Nicole Antunes,
8º E


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