segunda-feira, 19 de março de 2012

Alentejanos os campos ardentes

Alentejanos os campos ardentes
por onde ventos brandos calorosos
apartam das memórias ao que antes
controlavam os Mouros temerosos
(os caminhos floridos verdejantes)
que mais tarde fugiram furiosos
quando Afonsos e Sanchos conquistaram
a terra que mais tarde sublimaram.

Pelos pomares lindos, elegantes
pássaros esvoaçavam majestosos
com a agitação de asas, incessantes
poisam nos altos ramos sibilosos:
suas penas descansam reluzentes
com os seus corpos quentes, ferverosos
esperando que as noites envelheçam
e que as manhãs depressa reacendam.

E as enormes pereiras, alto se erguem
Por entre os campos verdes bem regados
flores lindas a terra seca encobrem
debaixo de um Sol quente agasalhados
onde os bons frutos verdes que recrescem aumentam
e se tornam muito mais coloridos
começam as colheitas prolongadas
das melhores pereiras semeadas.

Acolhidas por um Sol encarnado
crescem parreiras lindas e viçosas
o calor escalda, o vento arrufiado,
fustigando as uvas bem gostosas.
E quando clareia o imenso céu azulado
e as uvas roxas se exibem airosas,
começa a vindima Alentejana
famosa a norte e a sul do Guadiana.

Rodrigo Nogueiro
9º C

1 comentário:

  1. Como alentejana que sou, não podia ficar indiferente a este poema do Rodrigo! Já o li e reli várias vezes e, de cada vez que o faço, vejo e sinto algo de novo! Parabéns! Aqui está um poema de rara beleza!

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